Comunidade acadêmica faz atividades de conscientização em dia de paralisação pela educação

16/05/2019 15:07

Em Joinville a paralisação pela educação iniciou com debates no hall do bloco central da UFSC, com uma discussão sobre o histórico do movimento estudantil, seguido de contextualizações a cerca de projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos no campus de Joinville. Ambas discussões foram mediadas por servidores da UFSC, que lembraram que projetos já foram afetados pelo contingenciamento e lembraram questões importantes para a universidade, como a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

Assistentes sociais da UFSC também fizeram um relato sobre programas assistenciais aos estudantes e o histórico de lutas por estes programas, como auxílio moradia, por exemplo, subsidiados pelo PNAES. A mudança do perfil socioeconômico com a lei de cotas em 2012, aumentando o número de estudantes de escola pública e de baixa renda, também fez ser necessário um investimento maior em políticas de permanência nas universidades.

Estudantes fazem oficina de cartaz.

Uma servidora docente fez um recorte sobre “O que significa ir para casa em agosto”, em referência à uma fala da diretora do campus em reunião com alunos, falando que os orçamentos começam a ser cortados das universidades, e continuarão sendo cortados, pois existe uma espécie de sadismo, fazendo com que cada vez mais um desmonte da educação começa a ser estabelecido. Em Joinville há uma exceção na manutenção predial por se tratar de um local alugado, mas em outras universidades e campi da UFSC, não é assim e manutenções básicas podem ser cortadas aos poucos. Assim, não haverá um fechamento da universidade, mas um desmonte, podendo faltar serviços de limpeza, materiais de higiene e outras questões básicas.

Um economista do IELUSC analisou, a partir da década de 90, o endividamento público com o plano real, do ajuste fiscal feito na época e como colocaram a taxa de câmbio a menos de um real, quando na época, 25% do Pib era proveniente da indústria, porém houve uma taxa de juros muito alta, causando o alto endividamento público.

Em decorrência do endividamento, privatizações passaram a ser feitas, foram criados fundos sociais e a lei complementar ou lei de responsabilidade fiscal e estabeleceu metas de superávit primário, cortando gastos com saúde, educação, entre outros. Para mudar esta questão, o economista sugere que poderia haver uma auditoria para rever a questão da dívida pública, o que poderia alterar condições de emprego, economia e das verbas destinadas à saúde, segurança, educação, entre outros.

Em paralelo às discussões, alunos realizavam oficina de cartaz para utilizar durante a manifestação às 15h na Praça da Bandeira ao lado do terminal central de Joinville.

Manifestação na Praça das Bandeiras

No período da tarde estudantes, professores e técnico-administrativos das instituições de ensino federais, estaduais e municipais se reuniram na Praça das Bandeiras para realizar coletivamente um ato em defesa da educação pública no país. Com faixas, cartazes e distribuição de materiais informativos, chamaram a atenção de todos que passavam em torno do terminal central de Joinville.

A manifestação saiu pelas ruas do centro de Joinville com cartazes, faixas e palavras de ordem cantadas durante o trajeto que terminou na chegada do terminal central da cidade. Foi uma manifestação tranquila e pacífica sem registro de ocorrências.

  

Comunicação Institucional UFSC Joinville.