Pesquisa desenvolvida na UFSC Joinville avalia riscos associados à disseminação da Covid-19 no Campus
Desde a paralisação das atividades presenciais, em março deste ano, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem desenvolvido estudos que avaliam cenários para a volta presencial das atividades de ensino, levando em consideração os riscos de transmissão da COVID-19 em ambientes de grande circulação de pessoas.
Dentro desta perspectiva, o projeto de pesquisa “Simulação da transmissão da COVID-19 na UFSC em Joinville”, coordenado pela professora Francielly Hedler Staudt (EMB-CTJ), tem como objetivo analisar o deslocamento de pedestres em ambientes de ensino no Campus a fim de evidenciar os principais pontos de aglomeração e possíveis focos de contágio, utilizando simulação baseada em agentes. A equipe do projeto é composta, além da coordenadora, pelos professores Enzo Frazzon (DEPS – CTC) e Renata Cavion (EMB – CTJ ) e por quatro estudantes do Grupo de Aplicação e Pesquisa em Engenharia de Transportes e Logística (GAPE TL) do Laboratório de Engenharia de Transportes e Logística (LabTL) do Campus de Joinville.
Visto que o principal mecanismo de transmissão envolve a interação entre pessoas em locais de alta circulação, na primeira etapa do projeto foram consideradas as condições de circulação antes da pandemia em uma quarta-feira de aulas no Bloco U do Campus. Por meio de dados obtidos via CAGR sobre a quantidade de alunos matriculados no período citado, foi possível incluir na simulação o número exato de alunos que circulam no campus neste dia. Além de avaliar os pontos de aglomeração através de um mapa de calor, também verificou-se a transmissão da doença através da adaptação do modelo SEIR (Suscetíveis, Expostos, Infectados, Recuperados) na simulação. Os primeiros resultados mostram que, se 5% dos alunos chegam infectados ao campus e que a transmissão da COVID-19 ocorre até a distância de 1,5 metros entre as pessoas (sem nenhum tipo de restrição ou medida mitigadora), ao final do dia cerca de 80% dos estudantes estariam contaminados pelo vírus.
Estes resultados preliminares mostram que o retorno às aulas no formato convencional, sem aplicação de medidas de proteção e controle e sem vacinação, oferece uma grande ameaça aos estudantes, servidores e demais pessoas que trabalham ou frequentam o Campus.
Sobre o retorno presencial, vale ressaltar que a Administração Central da UFSC implantou, em junho deste ano, uma Comissão Permanente de Monitoramento Epidemiológico da Covid-19, que reúne especialistas responsáveis por analisar os cenários da pandemia no estado e no país, bem como as legislações vigentes, e definir um protocolo de segurança sanitária para a realização de qualquer atividade presencial na Universidade.
A pesquisa do GAPE-TL segue com a implantação de medidas mitigadoras ao sistema, aplicáveis no retorno da circulação de pessoas no Campus, tais como distanciamento maior entre os agentes e redução das turmas em aulas presenciais, para que desta forma seja possível observar o impacto de tais medidas em relação ao contágio e à redução da probabilidade de disseminação do vírus.
Veja o vídeo do projeto neste link e se inscreva no canal do GAPE-TL no Youtube para acompanhar esta e outras ações do grupo.