Alunos da UFSC em Joinville montam embarcação movida a energia solar

03/02/2011 13:17

Barco é atividade extracurricular e chance de participar do concurso nacional Desafio Solar Brasil

Julimar Pivatto | 

Para quem olha, é um pequeno catamarã (barco de dois cascos) com um chão estranho, que parece revestido de tela. Mas, para 25 alunos do curso de engenharia de mobilidade da UFSC, campus de Joinville, o barco que usa energia limpa é uma atividade extracurricular da faculdade e uma chance de participar do concurso nacional Desafio Solar Brasil.

Eles estão empenhados na construção do catamarã movido a luz do sol para competir em uma espécie de rali das águas, em que não basta ser apenas o mais rápido. É preciso saber balancear a energia recebida com a utilizada pelo barco. Ou seja, dominar o projeto por inteiro.

A primeira das quatro etapas da competição será de 13 a 20 de fevereiro, no Lagoa Iate Clube, em Florianópolis. E ainda faltam acertos para finalizar o barco.

Montar a “engenhoca” até que foi fácil, o difícil foi levantar os recursos. Os painéis solares e os cascos foram fornecidos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que promove o evento. Para conseguir o resto dos equipamentos, os alunos tiveram de correr atrás.

— Conseguimos parceiros que nos forneceram ferramentas e peças para montar —, diz João Guilherme Simas, o “coordenador administrativo” do grupo.

Ainda falta um controlador de carga, produto importado e caro. Como depender da universidade pública para adquirir o equipamento pode demorar, os alunos resolveram tomar a iniciativa e criaram uma espécie de ação entre amigos para conseguir os recursos.

O responsável por levar a ideia aos amigos foi Rafael Batista.

— Fiquei sabendo da prova e, no ano passado, fui até Paraty (RJ) para conhecer mais. Conversei com o pessoal da UFRJ, que havia ido em novembro (de 2010) ao campus de Joinville para dar uma palestra. A partir disso, montamos o grupo —, lembra.

Resolveram, por votação, dar ao barco o nome de Babitonga, a baía mais famosa da região Norte do Estado. O equipamento chegou no fim do ano e desde 4 de janeiro os alunos aproveitam as férias para trabalhar diariamente no catamarã. Aproveitam uma pequena marina na Vila Cubatão.

— São pelo menos 12 horas por dia —, calcula Simas.

O professor que acompanha o projeto de perto, Cristiano Vasconcelos Ferreira, conta que os alunos estão “vivenciando problemas que vão enfrentar no futuro”.

— Principalmente no que se refere à busca de recursos para tirar os projetos do papel —, afirma.

Fonte: AN.COM.BR